Era uma vez um laranjal, um gato vadio e uma mulher perdida entre o pretérito infante e o presente, perdida nas mãos de uma senhora que amparava um relicário, nas pagelas fúnebres guardadas por uma velha e na melodia de um piano tocado por uma senhora que se coroava com flores.

Em traço surrealista, Era uma vez uma mulher é uma narrativa que nos conduz pelos meandros do género e da composição identitária, revelando-nos não só uma mulher parida por um feminino plural em busca de um feminino singular, como também nos mostra o quão humano é viver impedido de se conjugar num único tempo e de estar em quietude num só lugar.

Movendo-se através de cantino algum, era uma vez uma mulher que nos conduz por uma história onde humano é apenas o género feminino, pois tudo o resto é animal ou símbolo escoado das lendas, dos mitos, dos contos da faca e do alguidar.