A Cordel D’ Prata foi visitar os bastidores da obra “O Lago dos Tchapooneiros” para perceber as ideias por detrás da Autora Maria Natércia Dias e do Ilustrador Luis Garcia Straccioni! Obra lançada no passado dia 12 de Dezembro de 2020.
A inspiração dominante foi o neto que já apreciava pequenas vivências a que chamámos histórias.
Maria Natércia Dias
Maria Natércia, qual foi a primeira inspiração para a escrita desta obra?
M.N: A inspiração dominante foi o neto que já apreciava pequenas vivências a que chamámos histórias.
Brincávamos num atrativo cenário: um lago. Aí lançávamos pequenas pedras. Os salpicos deliciavam-no. Verificámos que seriam melhores ainda se traduzíssemos o som: “tchapoon! A diversão além de movimento, ganhou voz. As vozes foram crescendo em” tchapoonzãos” ou provocando uns cúmplices risitos quando eram uns ” tchopoonzitos”. As rãs , habitantes do lago, mergulhavam logo que nos viam, mas havia uma que não se mexia, parecia apreciar a brincadeira. Já tínhamos o mote e a principal personagem para esta história.
Tentou passar alguns valores aos pequenos leitores através deste conto? Se sim, quais?
M.N: Alguns dos valores que transparecem das mensagens foram também inspirados nas brincadeiras e nos diálogos . Quando queria regressar à comodidade do sofá, começava a dizer que o lago estava muito cheio de pedras e que devíamos parar. De contrário, a água fugia para outros lados . Que era preciso cuidar daquele ecossistema, a casinha de água deveria ser arrumada, tal como os brinquedos. Em vez da caixa poderíamos usar juncos . Quando víamos os diferentes tamanhos das rãs, falávamos sobre o desejo de crescer e do que mais tarde seria bom fazer, mas também de como a diversão é fundamental. Fui acrescentando, à medida que a história crescia, a vantagem do trabalho partilhado, a preferência por recursos naturais e locais e ainda que o trabalho pode ser gratificante e o nada fazer tornar-se entediante.

Luis, qual a personagem mais interessante de ilustrar nesta história?
L.G: Para mim a personagem mais interessante foi a nossa protagonista a pequena rã SALTITONA… Pela sua determinação e coragem em se aventurar e descobrir coisas novas.
Como foi o desafio de ilustrar rãs e humanos a conviverem em simultâneo no mesmo habit?
L.G: Foi muito interessante trazer essa imaginação para as crianças… Acho também que é uma forma de mostrar que podemos nos aproximar mais da natureza e prestarmos mais atenção em várias espécies ao nosso redor.

Poderá conhecer mais detalhes sobre o Ilustrador Luis Garcia Straccioni numa entrevista exclusiva em breve publicada aqui, na Cordel d’ Prata.